14/7/2011 - 08h30
Renováveis responderam por 20% da geração em 2010
Por Fabiano Ávila, do CarbonoBrasil
Contando com hidrelétricas, as energias renováveis chegaram a 1,320GW no ano passado, uma alta de 8% com relação a 2009, e foram também responsáveis por aproximadamente metade da nova capacidade de geração instalada no planeta.
Parece mesmo que a era das energias renováveis está chegando rapidamente: para onde se olha existem novos dados que comprovam que os países estão cada vez mais interessados em desenvolver esse tipo de tecnologia.
Na semana passada foi o PNUMA que apontou que os investimentos em renováveis aumentaram 32%, chegando a US$ 211 bilhões. Na segunda-feira, outro estudo importante, o “Global Wind Energy Outlook”, trouxe informações demonstrando que o setor eólico cresceu 22% em 2010.
Agora é a vez do Renewable Energy Policy Network for the 21st Century (REN21), uma entidade criada para acelerar a transição para as energias renováveis, apresentar o seu balanço do ano passado, o “2011 Global Status Report”.
Segundo o relatório, as fontes renováveis, contando a hidrelétrica, alcançaram a marca de 1,320GW em geração, praticamente 20% do total mundial. A projeção para este ano é de que essa porcentagem já ultrapasse os 25%, demonstrando um crescimento muito rápido. Se forem desconsideradas as hidroelétricas, a geração renovável é de 312GW.
“Os investimentos em renováveis vêm aumentando mesmo em períodos de crise econômica. Hoje, mais pessoas do que nunca antes acreditam na capacidade desse tipo de energia. Com isso, os preços estão caindo e a participação no mercado aumentando”, afirmou Mohamed El-Ashry, presidente do REN21.
Em todas as tecnologias foi registrada uma queda nos custos de produção de equipamentos e na geração, assim como um crescimento na capacidade instalada. Em 2010, as renováveis responderam por aproximadamente metade dos 194GW instalados no planeta.
O cenário político também está favorável, com ao menos 119 países apresentando algum tipo de meta ou ação para as energias renováveis, e com todos eles possuindo projetos em andamento que irão expandir a utilização desse tipo de eletricidade.
A China consolidou sua liderança como grande investidora nas fontes renováveis, ocupando o primeiro lugar no ranking em diversas tecnologias, como turbinas eólicas, sistemas térmicos solares e produção hidrelétrica. Um total de 29 GW foi conectado a rede chinesa no ano passado, 12% a mais do que em 2009. As renováveis já respondem por 26% da geração do país.
A Alemanha aparece como um outro grande pólo, com 11% do seu consumo final sendo atendido por fontes renováveis. A eólica responde por 36% da geração, seguida por biomassa, hidrelétrica e painéis solares. O anúncio de que o país deixará de utilizar usinas nucleares deve impulsionar ainda mais o setor de energia limpa.
Diversas nações europeias também possuem percentagens significativas de sua demanda sendo atendida por energias limpas. Apenas a eólica é responsável por 22% do mercado da Dinamarca, 21% de Portugal, 15,4% da Espanha e 10,1% da Irlanda.
Já os Estados Unidos estão ficando um pouco para trás, com as renováveis produzindo 10,9% da geração total, enquanto a energia nuclear ocupa 11,3%. Porém, pela primeira vez o país ultrapassou o Brasil como o maior exportador de etanol mundial.
O relatório destaca o Brasil quando os assuntos são hidrelétricas e biocombustíveis. Apesar de ter perdido espaço no mercado para os EUA, a produção de etanol brasileira aumentou 7% em 2010, chegando a 28 bilhões de litros, um terço do total global. Em relação à geração via hidrelétricas, o país ocupa o terceiro lugar, ficando atrás da China e do Canadá.
O Brasil aparece ainda como o quinto no ranking em investimento em novas instalações de renováveis, em terceiro na quantidade já instalada (incluindo hidrelétricas) e em segundo na geração por biomassa e na produção de biodiesel.
O Brasil aparece ainda como o quinto no ranking em investimento em novas instalações de renováveis, em terceiro na quantidade já instalada (incluindo hidrelétricas) e em segundo na geração por biomassa e na produção de biodiesel.
O relatório aponta que as políticas públicas seguem sendo a principal força por trás do crescimento das renováveis, apesar de ainda ser sentida a falta de medidas de longo prazo que assegurem estabilidade e segurança para os investidores privados.
Mas os governos já perceberam o potencial desse setor para oxigenar a economia e criar novos postos de trabalho. Globalmente, mais de 3,5 milhões de empregos diretos estão ligados à indústria das energias renováveis.
O REN21 destaca o interesse dos países em desenvolvimento pelas fontes limpas, o que demonstra que pode ser possível que essas nações cresçam de uma forma mais sustentável do que as atuais potências ricas.
“É uma tendência encorajadora, já que a demanda que mais cresce é justamente em países como China, Índia e Brasil. Assim, as pessoas que estão começando a ter acesso aos serviços básicos de energia já o estão fazendo diretamente com fontes mais limpas do que o carvão ou petróleo”, conclui Mohamed El-Ashry
* Publicado originalmnete no site CarbonoBrasil.
(CarbonoBrasil)
14/7/2011 - 08h31
Consciência dos consumidores contra a ‘maquiagem verde’ nas empresas
Divulgada na segunda quinzena de junho, a pesquisa ‘Grau de Consciência Verde dos Consumidores’, produzida pela consultoria Kantar Worldpanel, indicou que 36% dos brasileiros consultados não acreditam nas campanhas verdes das empresas. Na América Latina a pergunta ‘Quando uma empresa faz publicidade/comunicação de ações positivas para a sociedade e para o meio-ambiente você…’ foi respondida nos seguintes termos: ‘Não acredito’, 39%; ‘Acho difícil acreditar’, 35% (porque não vejo o resultado final), além de ‘Confio na mensagem e a valorizo’, 26%.
Outro dado do estudo realizado em São Paulo, Rio de Janeiro e em grandes cidades de 15 países da América Latina, aponta que 29% dos entrevistados declararam sequer saber da existência de empresas que realizem ações de sustentabilidade. Para transformar esse cenário, na opinião dos entrevistados, a responsabilidade de influenciar mudanças na questão ambiental é dos próprios brasileiros; 79% disseram que o poder está na mão da sociedade como um todo, 40% indicam os meios de comunicação como os maiores influenciadores e 39%, as instituições de educação. Esse descrédito no empresariado parece refletir os anos de irresponsabilidade socioambiental e greenwashing nas organizações.
Para combater a ‘maquiagem verde’ que a comunicação muitas vezes ajuda a construir, a sociedade conta a partir de agosto com um importante instrumento: as novas regras do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) para normatizar peças de propaganda baseadas em apelos de sustentabilidade. A ideia é coibir a utilização do tema de forma banal a fim de não confundir os consumidores.
As mensagens agora devem obedecer princípios de concretude; veracidade; exatidão e clareza; comprovação e fontes; pertinência e relevância. Segundo o código atualizado “as alegações de benefícios socioambientais deverão corresponder a práticas concretas adotadas, evitando-se conceitos vagos que ensejem acepções equivocadas ou mais abrangentes do que as condutas apregoadas”. E segue: “A publicidade de condutas sustentáveis e ambientais deve ser antecedida pela efetiva adoção ou formalização de tal postura por parte da empresa ou instituição. Caso a publicidade apregoe ação futura, é indispensável revelar tal condição de expectativa de ato não concretizado no momento da veiculação do anúncio”. As novas normas entram em vigor em 1º de agosto e valem para todos os meios de comunicação, inclusive internet.
* Publicado originalmente pelo Nós da Comunicação e retirado do site Plurale.
(Plurale)
14/7/2011 - 08h22
Em 2011, caiu 22% o número de empresas preocupadas em salvar o planeta
Desenvolver ações de Responsabilidade Social tendo como foco principal a preservação do planeta ainda é uma raridade entre as empresas no mundo. Essa é uma das conclusões do International Business Report 2011(IBR) da Grant Thornton. Segundo o estudo, apenas 36% das companhias globalmente desenvolvem projetos de Responsabilidade Social Empresarial (RSE) motivadas pelo anseio de “salvar o planeta”, percentual menor ainda que o apresentado em 2008 de 40%. A pesquisa foi feita com 11.000 empresas em 39 países.
Os principais fatores que levam as empresas a investir em Responsabilidade Social no mundo ainda são relacionados à gestão de custos, construção da marca e a retenção de mão de obra e recrutamento (56%). A Geórgia (81%) e a Turquia (78%) são os países onde as empresas mais se preocupam com o planeta ao colocar em prática ações de RSE, ao contrário dos EUA (13%), onde o maior objetivo ao investir em práticas mais éticas de negócio é a construção da sua marca e a importância dada a opinião pública.
No Brasil, a primeira prioridade ao investir em RSE esta ligada a construção da marca e imagem pública (80%), seguido da gestão de custos e benefícios fiscais (ambas com 72%). As preocupações com o meio ambiente aparecem até o quarto lugar (62%), a segunda maior queda a nível mundial (22 pontos percentuais em relação a 2008, quando teve 84%).
“As empresas parecem ainda estar muito preocupadas em criar uma imagem que atenda as demandas de transparência nos negócios por parte da opinião pública em geral do que realmente ajudar a sustentabilidade dos recursos naturais. Há muito que amadurecer nesse quesito como país. É preciso que o desenvolvimento sustentável faça parte do planejamento estratégico das companhias brasileiras de todos os portes, seja inclusive para poupar custos. Empresas que realmente tenham essa atuação certamente serão mais bem reconhecidas por seus públicos de interesse”, comenta Nelson Barreto, Sócio da Grant Thornton.
Regionalmente, os países do BRIC aparecem como os mais preocupados em reduzir o impacto negativo de seus negócios ao planeta (60%), assim como as nações que compõe o grupo ASEAN (59%). Os países da União Européia (30%), o G7 (27%) e América do Norte (16%) foram os que menos citaram a preocupação com o meio ambiente como razão para estabelecer práticas mais sustentáveis em seus negócios.
O IBR 2011 revelou também que apenas 25% das companhias globalmente reportam suas iniciativas de RSE. O Brasil é destaque nesse quesito, com 46% das empresas afirmando que divulgam as informações referentes à RSE, bem acima da média global. Além disso, 74% das empresas consultadas concordam que as informações das atividades de RSE deveriam ser divulgadas junto com a publicação dos dados financeiros das companhias, também acima da média global (44%).
* Publicado originalmente no site Plurale.
(Plurale)
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super carrinho. faça as idéias rodarem aqui também.
obrigada pela participação no debate.