18 de setembro de 2011

já conhece o pão natureza, publicidade alternativa, de brasília?

como avaliar o impacto ambiental de uma idéia como essa?
seria mais uma estratégia de greenwash ou é mesmo válida?
estava substituindo o uso da sacola plástica num bistrô.
'a gente nem tem mais saco plástico aqui,
tá só usando isso direto', disse a atendente.
é o tradicional saquinho de pão, só que em papel branco.
de um lado, marcas dos patrocinadores.
e de outro, uma mensagem sobre sustentabilidade.
nas laterais, de um lado, argumentos para utilizar essa mídia.
de outro, recadinhos e dicas sobre o que fazer por um mundo melhor.

dá uma olhada no projeto -> http://www.paonatureza.com/

*tentei postar a foto que fiz, abaixo,
mas o blogger tá instável demais hoje.
não sobe imagem de jeito nenhum.
depois eu tento de novo. sorry.*


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9 de setembro de 2011

alguns supermercados de não-lugares.

oi. os links que estão no final deste post mostram supermercados pelo mundo. são vídeos que pessoas que eu não conheço postaram no youtube. impossível não ver essas imagens e não pensar em marc augé, um etnólogo francês que propôs a noção de não-lugar. ele escreveu um livro que tem esse título, mas a idéia aparece em diversas reflexões.

“Os não-lugares são a medida da época; a medida quantificável e que se pode tomar adicionando, ao preço de algumas conversões entre superfície, volume e distância, as vias aéreas, ferroviárias, das auto-estradas e os habitáculos móveis ditos ‘meios de transporte’ (aviões, comboios, autocarros), os aeroportos, as gares e as estações aeroespaciais, as grandes cadeias de hotéis, os parques de recreio, as grandes superfícies da distribuição”


“a distinção entre lugares e não-lugares passa pela oposição do lugar ao espaço”. 


“O não-lugar é o contrário da utopia: existe e não alberga sociedade orgânica alguma. E que de dia para dia, acolhe cada vez mais pessoas” 





a noção de não-lugar foi proposta por marc augé em meados dos anos 90, para responder a uma noção antropológica consolidada, a noção dos lugares antropológicos, que enfatiza uma vinculação entre o espaço e o social ( lugares identitários, históricos, relacionais). 

na crítica feita por augé, esses lugares antropológicos teriam se perdido na modernidade em função do excesso de tempo, de espaço e da figura do indivíduo, efeitos do que ele chama de sobremodernidade.

esse artigo comenta o conceito de não-lugar.

e nesse fórum tem um debate bem legal sobre essa idéia.

a sociedade de consumidores tem tudo a ver com o conceito do autor. e ainda mais os supermercados. 

um grande supermercado tem produtos de todos os lugares do mundo, conteúdo e invólucro nem sempre fabricados na mesma origem, pastiches de objetos que aludem a uma cultura e realidade muito distantes dali, marcas globais ao lado de produtos regionais, folclorização de referências culturais...  é sempre dia dentro dos supermercados, muitos sóis com uma luz invariável estrategicamente planejada, para valorizar a cor, a aparência, a fotografia dos objetos que são oferecidos como mercadorias. de acordo com o tipo de produto e o setor em que ele se encontra, se repetem cores, formas, que, didaticamente, guiam os indivíduos que se deslocam com seus carrinhos.

embora tenham estruturas físicas, arquitetura, endereço, os supermercados estariam, nessa perspectiva, situados em não-lugares. o que contaria mesmo para caracterizar um grande supermercado são as relações que as pessoas estabelecem nesse espaço - entre elas e entre elas e os objetos - e o fato de qualquer gesto nesse espaço ter como objetivo tornar cada vez mais rápida a movimentação da sociedade e a satisfação das necessidades. tudo isso seriam índices não mais de uma modernidade, mas do que o autor chama de sobremodernidade. 

o supermercado seria um espaço-símbolo - assim como os aeroportos - dessa sobremodernidade, em que os indivíduos só seriam, de fato, identificados pela sua singularidade na entrada e na saída. fora desses dois momentos, todos seriam igualmente solitários, um tomado pelo outro. 

no entanto, embora seja um não-lugar, o supermercado poderia se tornar um lugar, na medida em que surgirem relações que ancorem aquele espaço (algo que seria diferente de espaço público). se o debate público poderia ocorrer a partir de formas diversas, não necessariamente empíricas (televisão, por exemplo), os lugares de público, como fala augé, pressuporiam uma forte presença física.

é um debate que dá muito pano pra manga,
pois há muitas críticas para o que ele propõe.
nesse artigo tem um exemplo de crítica.

bom, esse post foi um exercício. dá uma olhada nos links do texto
e nos vídeos abaixo, tendo o conceito de não-lugar como referência.
identifiquei o país onde as cenas foram gravadas no link.

será que os supermercados seriam mesmo não-lugares?
será que os supermercados seriam, como na música dos  titãs,
de nenhum lugar/ de lugar nenhum/ são de lugar nenhum ?


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3 de setembro de 2011

você faz isso com você?


* tem cada imagem doida nesse site. clica pra ver. *

amo batata-frita. amava refri. outro dia, tomei guaraná, comendo pizza na casa de amigos. tinha esquecido como era gostoso. não conseguia ver uma barra de chocolate. ainda acho uma delícia aqueles com muito cacau, tipo 70% ou mais.

e algo que agora soa inacreditável: eu era uma mc donalds girl e, o que é pior, para pegar os brindes. eu convencia quem estivesse comigo a comer mc donalds só pra me dar o brinde do mc lanche feliz, pode? o auge da ironia é que trabalhei um tempão fazendo campanha publicitária para programas sociais de combate à fome e educação alimentar. quantas vezes fiz esse trabalho deixando de almoçar ou ficando até tardão, com fome, pq todas as lanchonetes já estavam fechadas? ou jogando pra dentro um sanduíche qualquer? 

até que um dia, em função de um conjunto de fatores, pensei: o que eu tô fazendo comigo? não tinha a ver com a balança. sou vaidosa. mas não deu esse clic por causa de peso. um dia, apenas imaginei o que eu estava colocando pra dentro do corpo. e foi uma imagem mais ou menos parecida com essa aí acima que veio na minha cabeça. affff.

vi essa imagem aí numa reportagem ontem. e resolvi postar aqui pra falar um pouco desse passado bem recente. quem sabe pode ajudar a dar um clic em alguém. não sou ninguém pra ensinar nada, mas foi a partir de muitos papos como esse que a minha ficha foi caindo e hoje dou razão pra quem tanto criticou o meu estilo de alimentação. obviamente, isso inclui a  minha mãe. heehhehe 

é incrível como a rotina, o stress e a pressa do cotidiano no trabalho, o cansaço... fazem a gente esquecer que o corpo precisa de cuidado por dentro também. e olha que eu nunca fumei. óbvio, não tem a menor chance de eu virar uma daquelas pessoas que neurotizam por causa do cuidado com a alimentação. aliás, nem quero isso pra mim. já tem gente neurótica demais por aí. o universo não precisa de mais uma. mas posso dizer que ganho mais energia e saúde quanto mais me importo com o que como. quanto mais me importo comigo por dentro.  

saúde é fundamental. lugar-comum, eu sei. mas é. em todos os sentidos. do corpo, da alma, dos sentimentos, das atitudes com a gente e com o que e com quem nos rodeia. isso inclui selecionar melhor o que e quem merece a nossa atenção. 

se detonar de vez em quando é até psicologicamente recomendável nesse planeta doido. váluva de escape. não abro mão. Ok. só que... precisa ser sempre? direto? sem pensar um pouquinho que seja no que vai acontecer dentro de você? a gente não sabe dos destinos. não sabe se não vai ter que enfrentar, sei lá, uma barra de saúde. mesmo numa situação grave, se a gente cuida da alimentação (e da atividade física, óbvio), tem mais condições de enfrentar o que der e vier.

e pra que esperar uma situação difícil pra se cuidar? é como juntar dinheiro para gastar numa tragédia e nunca usar essa grana pra fazer uma viagem bacana. não é por aí. sem extremos. 

cuidar da alimentação é privilégio de quem pode pagar por isso, sim. no entanto, as pesquisas mostram também que quanto menos expostas aos valores do consumismo as pessoas são, menos elas compram porcaria. é quando o dinheiro sobra um poquinho que lá vem a detonation-tion, a detonation-tion. ou quando o emocional tá baqueado. nem tanto ao mar, nem tanto à terra. 

ainda falta muito pra que essa nova condição na minha vida se estabilize. mas vamo que vamo. 


conheci pessoas muito, muito pobres que cuidavam da alimentação e outras que não estavam nem aí. e pessoas com muita grana que também cuidavam e outras que não estavam nem aí. então, grana é uma parte da questão, uma parte importante, mas não é a questão toda. 

uma das minhas maiores dificuldades ainda é tomar água (se deixar, só bebo a água do chimarrão) e comer direito durante o dia. eu esqueço de comer mais vezes ou pego o que estiver à mão. então, uma auto-armadilha é não ter à mão porcarias tipo biscoito recheado. preciso de umas 6 horas de sono e tendo a dormir muito tarde, então, geralmente, a fome nunca bate com os horários em que deveria: a fome chega no final do dia e no final da manhã. tem como ajustar? tem. e já consegui ajustar muito. 

a droga é que você, no mundo em que a gente vive, já não pode colocar a mão no fogo por alimento nenhum. tipo: pra ter certeza mesmo se um alimento é orgânico só fazendo teste de laboratório né? 

a campanha permanente contra o agrotóxico do MST fala um pouco disso e um novo material da campanha, o vídeo O Veneno está na mesa, dirigido por silvio tendler, mostra situações que fazem pensar. não sei direito como lidar com isso, que é um dos muitos dramas do nosso tempo, em que ninguém produz o próprio alimento e depende, geralmente, do supermercado para ter o que comer. 

uma parte dessa minha reação tem a ver com o fato de estar mais próxima, nos últimos anos, por causa da pesquisa do doutorado, com o tema consumo e questões ambientais. é absurdo o quanto a economia se movimenta no mundo às custas do silencioso e cruel assassinato da nossa saúde. sei lá viu?

só sei que não quero esse estômago aí da imagem pra mim, e nem pra ninguém. então, se ler esse post te ajudar a pensar um pouquinho no modo como você está se alimentando (vivendo), já vou ficar feliz.  saúde é mesmo o que interessa. e o resto, não pode ter tanta pressa assim, a ponto de tirar da gente aquilo que a gente tem de mais importante: a vida. 
aquele famoso filme, Super Size Me, é uma boa dica pra pensar nisso



a questão não é que você vai morrer por que tá chutando o balde com o que come. o que pega é que você vai viver pior, mesmo que só saiba disso quando pegar um exame em que as suas taxas estiverem uma bagunça... precisa? precisa mesmo disso? recentemente, tenho tentado, todos os dias, que a minha resposta, se estiver ao meu alcance escolher, seja 'não, não precisa ser assim'. às vezes não dá certo, mas muitas vezes dá certo. e cada vez que dá certo, já é uma vitória contra esse estômago feioso. beleza interior também é isso.  


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supermercado na índia.



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supermercado na rússia.



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supermercado na inglaterra.



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supermercado no japão.



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supermercado no brasil.



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supermercado nos estados unidos.



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supermercado na áfrica.



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supermercado na korea.



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Fazendo uma leitura da nova política nacional de resíduos sólidos, artigo de Haide Maria Hupfer e Roberto Naime | Portal EcoDebate

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Manifesto por um Direito mais Verde, por Isabela Abes Casaca | Portal EcoDebate

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Sustentabilidade econômica, social e ambiental da gestão de resíduos sólidos, artigo de Roberto Naime | Portal EcoDebate

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Comissão de Meio Ambiente da Câmara aprova projeto que criminaliza uso de pele animal em evento de moda | Portal EcoDebate

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Responsabilidade Socioambiental, artigo de Roberto Naime | Portal EcoDebate

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Consumo Sustentável, artigo de Ricardo Machado | Portal EcoDebate

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2 de setembro de 2011

bitch [ 2009 ].


Dir. Dom Bridges / UK / 2009
A young man buys a tin of tuna, and gets a lot more than he was expecting in this funny take on an old urban myth.
Find our more at http://www.dombridges.com/

This film is distributed by Future Shorts. For any inquiries,
please get in touch at distribution@futureshorts.com

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