30 de novembro de 2011

'todo fim de ano é fim de mundo'



flor do cerrado.
caetano veloso.


todo fim de ano é fim de mundo e todo fim de mundo é tudo que já está no ar 
tudo que já está todo ano é bom todo mundo é fim 
você tem amor em mim, todo mundo sabe e você sabe 
que a cidade vai sumir por debaixo do mar 
é a cidade que vai avançar e não o mar, você não vê
mas da próxima vez que eu for a Brasília 
eu trago uma flor do cerrado pra você
mas da próxima vez que eu for a Brasília 
eu trago uma flor do cerrado pra você 
tem que ter um jeito e vai dar certo e zé me diz que ninguém vai precisar morrer
para ser para tudo ser eu você
todo fim de mundo é fim de nada é madrugada 
e ninguém tem mesmo nada a perder 
eu quero ver olho pra você tudo vai nascer
mas da próxima vez que eu for a Brasília 
eu trago uma flor do cerrado pra você 
mas da próxima vez que eu for a Brasília 
eu trago uma flor do cerrado pra você



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29 de novembro de 2011

rio+20. campanha 'o futuro que queremos'.

* future we want * o futuro que queremos * 
http://www.un.org/en/sustainablefuture/

Foi lançada na segunda-feira (28/11) a campanha da Rio+20 "O Futuro que Queremos". No Palácio Itamaraty do Rio de Janeiro. Diversas autoridades nacionais e internacionais estiveram presentes no lançamento, aberto ao público e à imprensa. Mais clique aqui.





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25 de novembro de 2011

rio+20 enfrenta vento contrário da crise financeira, diz chinês.

valor
Por Daniela Chiaretti | Do Rio
Aline Massuca/Valor/Aline Massuca/Valor
Sha: "A crise, por mais séria que seja, irá passar. E, quando isso acontecer, teremos que enfrentar os mesmos desafios de hoje, só que mais ameaçadores"
O diplomata chinês Sha Zukang está no Brasil para uma missão das Nações Unidas com foco na Rio+20, a conferência sobre desenvolvimento sustentável que acontecerá no Rio de Janeiro, em junho de 2012. Sha é o secretário-geral do evento, o homem da Rio+20 na ONU. Diplomata de carreira, fala do jeito cifrado que corresponde à tribo, mas é sujeito engraçado. Na quarta-feira, no Palácio da Cidade, no Rio, ele explicava a uma plateia de mais de 200 convidados a importância do site oficial da Rio+20 ter, agora, uma versão em português. "Esta é a sexta língua mais falada no mundo", disse, em inglês sem nenhum sotaque. Na sequência, surpreendeu a audiência com uma questão: "Vocês sabem qual é a número 1?". "É o chinês", disse sorrindo e balançando a cabeça.
O "chinês mais carioca que existe", no aposto dado pelo prefeito do Rio Eduardo Paes, é também, desde 2007, o subsecretário-geral para Assuntos Econômicos e Sociais da ONU. Sha coloca o dedo na ferida da Rio+20, uma conferência importante que ocorre em um momento complicado do mundo, em que não há dinheiro para nada. "Não dá para negar que a conferência enfrenta os ventos contrários da crise econômica e financeira. E que o acesso aos recursos financeiros é componente-chave na agenda do desenvolvimento sustentável", reconhece. "Teremos que recorrer a novas fontes de recursos. Afinal das contas, estamos lidando com a sustentabilidade do planeta no longo prazo." Mas insistiu na saída: "Temos que pensar em uma perspectiva maior - a crise, por mais séria que seja, irá passar. E quando isso acontecer, teremos que enfrentar os mesmos desafios do desenvolvimento sustentável, só que mais ameaçadores."
Sha é bem menos falador que o canadense Maurice Strong, o secretário geral da Rio 92, e muito mais enigmático que o holandês Yvo de Boer, secretário-executivo da convenção da ONU sobre mudanças climáticas e que deixava transparecer nas suas expressões que o mundo estava muito longe de um "tratado robusto, abrangente e vinculante", nas coletivas de imprensa da conferência de Copenhague, em 2009. Aos 64 anos, o chinês tem perfil completamente diferente de seus pares célebres.
"Crise quer dizer menos dinheiro, não quer dizer dinheiro nenhum. Mais terá que ser feito com menos"
Ele criou e foi o primeiro diretor do Departamento de Controle de Armas do Ministério de Relações Exteriores chinês. Foi o negociador-chefe ou representante do governo chinês em vários acordos internacionais sobre controle de armas e desarmamento, como o tratado de não-proliferação de armas nucleares, o que trata do banimento dos testes nucleares ou a convenção de armas químicas.
Em coletiva no Rio, Sha deixou claro que domina os rumos das discussões ambientais e as correlações entre o mundo verde e os debates econômicos: "Economia verde não é uma desculpa para tarifas protecionistas ou condicionalidades comerciais".
Sha se referia ao temor de alguns governos de que o conceito de economia verde, um dos eixos centrais da Rio+20, seja pretexto para impor limites ao desenvolvimento. Há, de um lado do mundo, países ricos criando taxas de carbono (e que poderiam, no futuro, ser um entrave para a importação de produtos produzidos de forma ambientalmente mais "suja") e, do outro lado, nações muito desconfiadas disso tudo.
Em seu currículo oficial, lê-se que Sha estimulou o desenvolvimento de organizações não governamentais na China e que facilitou a entrada de entidades internacionais no país. Mas manteve a tradicional cautela chinesa na primeira entrevista exclusiva que deu no Brasil - pediu algumas perguntas com antecedência e preocupou-se em saber se que o governo brasileiro concordava com a iniciativa. Ao Valor, falou por meia hora sobre a chance que o Brasil tem de produzir uma conferência histórica e que temas como garantir o acesso à energia a 1,5 bilhão de pessoas é necessidade premente dos novos tempos. A seguir, trechos da conversa e das respostas que preparou por escrito.
Valor: O economista Jeffrey Sachs disse recentemente que a Rio+20 deveria ser honesta e admitir o fracasso global de mais de duas décadas no terreno ambiental. O que o senhor acha desta opinião?
Sha Zukang : O professor Jeffrey Sachs é um economista muito conhecido e respeito sua opinião. Não faz sentido jogar debaixo do tapete as falhas do passado com mais declarações e estratégias. Os países têm consciência disso. Uma avaliação dos descompassos e dos desafios que existem é um dos eixos-chave da conferência. Uma avaliação justa e honesta deste período no campo ambiental deveria admitir muitas deficiências e problemas, mas também ver que há alguns progressos. Claro que há imensos descompassos, mas também houve avanços.
Valor: Quais, por exemplo?
Sha: Podemos apontar sucessos importantes no campo social, com grandes avanços na erradicação da pobreza na China, na Índia e no Brasil. A China, por exemplo, fez seu plano de desenvolvimento de cinco anos com a meta de ter desenvolvimento verde. Também há progressos em saúde e educação. Nosso desafio agora é obter a total integração dos três pilares do desenvolvimento sustentável. E isto precisa ser feito de forma concreta, não no plano abstrato. Estamos otimistas. A Rio+20 poderá conduzir o mundo a uma era de estabilidade e dinamismo econômico, de inclusão social e emprego e de proteção do capital de recursos naturais da Terra.
"O futuro do planeta está em jogo e é por isso que os líderes virão. O Brasil pode fazer uma conferência histórica "
Valor: Como estão as negociações da Rio+20 neste contexto de séria crise econômica global? Como é possível seguir adiante neste debate se não há dinheiro?
Sha: Não dá para negar que a conferência enfrenta os ventos contrários da crise econômica e financeira. E que o acesso aos recursos financeiros é componente-chave na agenda do desenvolvimento sustentável. Mas, em primeiro lugar, se é verdade que a crise quer dizer menos dinheiro, não quer dizer - e não pode dizer - nenhum dinheiro. Mais terá que ser feito com menos. Teremos que recorrer a novas fontes de recursos. Afinal das contas, estamos lidando com a sustentabilidade do planeta no longo prazo. Em segundo lugar, temos que pensar em uma perspectiva maior - a crise, por mais séria que seja, irá passar. E quando isso acontecer, teremos que enfrentar os mesmos desafios do desenvolvimento sustentável, só que mais ameaçadores.
Valor: Mas e no Rio, como fica?
Sha: Governos e as outras partes envolvidas deverão estar dispostos a dedicar tempo e recursos ao nosso futuro comum, mesmo se estamos tendo que lidar com problemas econômicos e financeiros imediatos. Pode ser verdade que nem todos os recursos estarão disponíveis hoje ou amanhã, mas temos que encontrar uma estratégia para mobilizar os recursos que nos levem ao futuro que desejamos. Os meios para a implementação são importantes, mas terão que ser fundamentalmente nacionais, apoiados pela cooperação internacional. Muitas iniciativas dos próprios países, como o próprio Brasil tem mostrado, não só são cruciais do ponto de vista ambiental, como também podem gerar benefícios econômicos e sociais. Há muitas propostas onde todos ganham e que podem ser compartilhadas no Rio. É por isso que gosto da ideia de um roteiro para a economia verde, como sugeriu a União Europeia.
Valor: O que o senhor quer dizer?
Sha: Quando se fala em desenvolvimento sustentável é preciso pensar que não há uma única fórmula, uniforme, para todos os países. Cada um está em um momento diferente, tem problemas diferentes. Seria preciso criar uma espécie de caixa de propostas, onde cada país pudesse escolher entre várias experiências e aprender com elas. É por isso que eu gosto da ideia de um cronograma com datas e metas para que o mundo ande rumo à economia verde. Neste roteiro poderia se discutir, também, formas de se medir o progresso que cada um conseguiu. Ver o que funcionou, o que não funcionou e estimular trocas. Isso seria uma forma de traduzir a economia verde de um jeito bem concreto.
Valor: O mundo está usando combustíveis fósseis a taxas vertiginosas. O Rio está às voltas com um grande vazamento de petróleo causado pela Chevron. Vivemos um tempo de fortes contradições. Como o senhor acha que a Rio+20 pode construir um caminho para o desenvolvimento sustentável?
Sha: Combustíveis fósseis viabilizam nosso modelo atual de crescimento, trazendo benefícios sociais tremendos. Mas o custo ambiental disso - e vazamentos de petróleo são um exemplo muito explícito - deixam claro a necessidade que temos de criar um novo jeito de fazer negócios. A conferência do Rio oferece aos líderes e tomadores de opinião a oportunidade de abordar a pauta do desenvolvimento sustentável, e aos cidadãos a chance de fazer com que suas vozes sejam ouvidas em suas demandas mais fundamentais.
Valor: O que o senhor poderia falar sobre a grande demanda que o mundo tem hoje por energia?
Sha: A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza tem, em seu cerne, a ideia da energia sustentável para todos. A intenção de se conseguir, na Rio+20, metas para o desenvolvimento sustentável vem ganhando força entre os governos, e metas para o acesso, a eficiência e a sustentabilidade energética estão entre os pontos principais do debate. O foco da conferência e as decisões neste tema vão abordar diretamente as preocupações que você levantou. Acredito que energia renovável e políticas de biocombustíveis sensatas produzirão algumas das respostas. Mas a demanda mais premente é a de providenciar, para 1,5 bilhão de pessoas, acesso a estas fontes de energia.
Valor: Porque a Rio+20, em sua agenda oficial, definida pela ONU, irá durar apenas três dias? O que o senhor sugeriria que o governo brasileiro fizesse para garantir uma conferência forte e importante?
Sha: A conferência é o ponto culminante de um intenso processo preparatório. Tivemos inúmeros encontros oficiais e informais em várias partes do mundo. Em Nova Déli, Pequim, Mônaco, Bonn, Cairo, e ainda Nova York e Santiago. É um processo longo e há muito mais trabalho a ser feito antes da Rio+20. Recebemos 650 propostas de governos e das outras partes envolvidas e agora temos que compilar um texto que contenha essas ideias. Há ali muita fonte de inspiração. Agora, depois de um encontro em Nova York que irá definir como este documento será e qual seu formato, vamos ter o primeiro rascunho para começar as negociações que começarão em janeiro e prosseguirão até a conferência. Esta não é uma tarefa fácil. Os países desenvolvidos deveriam liderar pelo exemplo e adotar estilo de vida e tecnologias sustentáveis. Mas inovações sustentáveis estão surgindo mais e mais de economias em desenvolvimento, como o Brasil. Finalmente, a responsabilidade pelo sucesso está com os governos que virão ao Rio. Eles têm que demonstrar vontade política e agir para colocar o desenvolvimento sustentável no nosso caminho. Não há outra opção se quisermos enfrentar os múltiplos desafios que temos pela frente.
Valor: Como atrair importantes lideranças políticas para o evento, fazendo com que se comprometam com um futuro mais sustentável?
Sha: Acredito que a Rio+20 irá definir iniciativas e a agenda de implementação para os próximos 10 ou 20 anos. Não temos opção: temos que ter ações decisivas para garantir o desenvolvimento sustentável. O secretário-geral (Ban Ki-moon) se referiu à Rio+20 como um dos mais importantes encontros da história da ONU. O futuro do nosso planeta está em jogo. É por isso que os líderes virão.
Valor: Como garantir que a Rio+20 seja um sucesso?
Sha: Sucesso, no Rio, exige participação intensa e resultado forte. A Rio+20 será um sucesso com a participação de um grande número de líderes, o que expressará o compromisso político que desejamos. Ela será um sucesso se tiver como resultado um documento político relevante, com ações concretas e ambiciosas para fazer com que possamos nos mover adiante. Mas sucesso também pode significar conseguir uma participação sem precedentes de lideranças e cidadãos de todos os setores. E parece que estamos neste caminho. Na Rio+20 veremos uma nova era de compromissos e iniciativas de setores diversos, e eu gostaria de enfatizar o papel da comunidade de negócios e da mídia. Eles têm papel fundamental em influenciar decisões para um mundo sustentável. É assim que poderemos falar de sucesso no Rio. É uma tarefa difícil, mas possível.
Valor: A Rio+20 terá sido um sucesso se conseguir qual resultado?
Sha: Se puder sugerir alguma recomendação que ajude a reduzir as crises que vivemos hoje. O Brasil tem a chance de fazer uma conferência histórica.
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24 de novembro de 2011

reciclagem: um final mágico.

#phdfeelings

a usina de reciclagem é, por definição, o lugar onde uma coisa se transforma em outra. portanto, é um lugar mágico. e nessa transformação permanente, as coisas se tornam, de alguma forma, eternas. nenhum destino poderia ser mais romântico para "rafael" e "serena" viverem felizes para sempre, como diz essa matéria na revista de fofoca, do que uma usina de reciclagem. a revista que achei na usina de reciclagem falava do último capítulo de uma novela. tava no chão da usina, aberta justamente nessa página aí embaixo. o texto diz que o final da novela foi mágico para esses personagens por que eles ficaram juntos. diz também que "o casal é feliz para sempre". achei bem simbólico achar isso, na usina de reciclagem, onde as coisas se eternizam pela transformação. o amor é assim também. mesmo que seja amor de telenovela.

* clique na imagem pra ampliar *
   


* importante: localidades, nomes de pessoas, instituições, informações que identificam quando, com quem e onde fiz essa foto são de interesse apenas da pesquisa. não compartilho. a idéia é apenas dividir emoções, pensamentos, a experiência, a vivência, a dimensão humana e simbólica da pesquisa de campo. *

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na padaria da rua. esperando pra fazer uma entrevista com um morador, na casa dele, ali perto.

#phdfeelings

* importante: localidades, nomes de pessoas, instituições, informações que identificam quando, com quem e onde fiz essa foto são de interesse apenas da pesquisa. não compartilho. a idéia é apenas dividir emoções, pensamentos, a experiência, a vivência, a dimensão humana e simbólica da pesquisa de campo. *
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o problema do lixo: nem todo mundo 'compra' a causa. muita gente quer apenas 'lucrar' com ela.

#phdfeelings

- o senhor foi pegar um lixo à noite por que tava fora da lixeira?

- [ ex-gari] já peguei muitas vezes, quando ficava contêiner assim, que eles colocavam muito lixo depois que o caminhão passava, nós ia lá, chegava lá e recolhia pra não deixar aquele lixo lá... teve uma época aí que a limpeza da cidade chegou a ser de primeiro mundo. 

- e o que mudou? o senhor acha que caiu de qualidade?

- [ demorou para responder]... por causa da terceirização.

- o senhor acha que as empresas...

- [ me interrompendo, elevando um pouco a voz]  as empresas só se preocupam com os contratos milionários. teve um contrato aí que o que saiu do cofre do governo dava pra comprar caminhões, fazer concurso e equipamento para 10 anos.  isso só em um contrato que foi feito. 

[ ele ficou em silêncio depois, me olhando no olho como quem diz: 
- dá pra acreditar nisso?]

[ fiquei quieta também, nem sei de que contrato ele tá falando, não sei se ele tem razão. mas não posso tirar a importância desse modo que ele tem de ver as coisas. ainda mais por que ele 'mexe o lixo', como me disse, há mais de vinte anos, a maior parte desses anos trabalhando como gari, até apoiar o governo na coordenação de garis e caminhões. ou seja, ele conhece bem como as coisas funcionam no dia-a-dia da coleta do lixo e mais recentemente está conhecendo como as coisas funcionam na administração oficial dessa coleta]


[é claro que nem toda empresa terceirizada é assim. da mesma forma que nem todo gari é tão dedicado. seria até mais fácil se fosse possível separar o mundo em bandidos e mocinhos. só que tudo é bem mais complexo: somos bandidos e mocinhos e a nossa sociedade também é as duas coisas tudo ao menos tempo agora. tem conflito, tem contradição, tem humanidade. ]


[mas o que ele diz, a gente sabe, faz sentido: uma coisa é, uma vez que a gente vive no capitalismo, oferecer um trabalho útil, bom e lucrar com isso; outra coisa é não fazer o que o está no contrato, superfaturar, e ainda comprometer o resultado do serviço oferecido à população (que afeta o mundo todo), que é direito constitucional.]


[seria ótimo ter certeza que esse senhor exagerou na sua crítica... mas, mesmo sem dados 'científicos' para concordar com ele, fiquei com a sensação de que ele sabe do que tá falando...]








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coleta seletiva.

#phdfeelings

- se tivesse duas lixeiras [ na frente de cada casa]
isso ajudava as pessoas será? a separar?

- ajudava... [ responde um entrevistado]

- [ o outro entrevistado interrompe] isso não adianta, não. igual nós lá em casa. por exemplo, o dia de hoje é dia de seco. amanhã, nós põe o lixo molhado.

- ahã.

- pode botar cedo o lixo seco, à tarde o lixo molhado. numa lixeira só.
só que o pessoal não sabe viver.





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20 de novembro de 2011

dois sóis. wise ladies.

#phdfeelings 

* I've met these wise ladies during my field research. 
They were supposed to teach me about selective collection only, but 
they taught me about life as well.



nas andanças da pesquisa de campo, conheci duas senhoras garis. inspiradoras. 
dóis sóis. reluzindo no macacão laranja. 
elas me explicaram como funciona a coleta seletiva. 

mas foram os meus cacos de vidro, 
alguns sentimentos orgânicos e secos, 
pedaços de alumínio na alma
(quem não os tem?), 
que sairam reciclados desse encontro com elas. 
eu saí reciclada. 
obrigada. 

em tempo: 

catadores que trabalham sozinhos, catando direto das ruas,
sem vínculo institucional nenhum, precisam levar
o que catam para as empresas que compram para reciclar.

o único jeito é de carroça.

dependendo do 'acordo', o papelão recolhido por eles
pode ser vendido para essas empresas por um preço bem baixo.
e esse preço varia muito.

hoje, um kilo de papelão, 
me disseram,
custaria algo em torno de 18 a 25 
centavos. 




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18 de novembro de 2011

boneca eco mania !!! * 'vem com coletores coloridos para a criança brincar de reciclar'. *

#phdfeelings


não conhecia !!! vi num supermercado mais popular, na região de brasília. a tal boneca só tem papo eco, literalmente. ela fala coisas green quando você aperta a barriga dela, mas nada indica que a sua fabricação levou em conta algum critério ambiental. encontrei mais informações sobre ela aquicuriosamente, a boneca eco mania estava sendo vendida próximo às bíblias (!!!). até hoje, não tinha visto bíblia pra vender em supermercado. não achei nem bom, nem ruim. só diferente. e bem simbólico, né? de alguma forma, fé e sustentabilidade estavam à venda num supermercado, no setor de material escolar e brinquedos.





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17 de novembro de 2011

matt damon. 'mais celulares que banheiros'. [he talks sh*t on... Mobile Phones].



19 nov -> http://toiletday.org/


* invention

" Each year on November 19 we spotlight the global sanitation crisis and the collective efforts underway to get solutions to those in need. Unlike the water crisis, we'll need to go door-to-door to solve this massive issue. Left unsolved, life without a toilet causes shame, missed opportunities, disease, and all too often death."


BRASIL 
-> em 2010, mais celulares que habitantes. 45% da populacão não tem esgoto.  (191.472.142 celulares para 185.712.713 habitantes; há estados em que metade da população não tem celular, e em outros, muitas pessoas tem mais de um aparelho).
leia mais aqui e também aqui e aqui
- atlas do saneamento IBGE
- assinantes de telefonia móvel

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movimento 'gota d'agua'.



* site do movimento *

* aqui uma avaliação crítica dessa campanha *

* e aqui a maitê proença numa publicidade da agroceres em 1989 *


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maitê proença. comercial da agroceres. 1989.

a mesma maitê proença que é uma das estrelas do movimento gota d'agua estrelou uma campanha da agroceres. foi em 1989. é claro que isso rende um baita debate. será que ela mudou de idéia? bom, mas só queria chamar a atenção para o seguinte: antes da eco 92, quando ela fez a publicidade da agroceres (veja o filme abaixo), o que era in era estar do lado do desenvolvimento e da "tecnologia de alimentos" (agrotóxicos). vinte anos depois, praticamente, o que se tornou cool para a imagem do artista, da empresa, de qualquer business, é estar do lado do argumento ambientalista. o alemão ulrick beck fala da era dos efeitos colaterais involuntários: passamos de deslumbrados pelas coisas que o avanço tecnológico foi capaz de fazer (energia nuclear) a vítimas em risco justamente por causa desse suposto avanço (guerra nuclear). belo monte e o código florestal são exemplos do quanto, mesmo com o passar do tempo, nem tudo mudou taaaanto assim. mas ao menos para a maitê proença parece que o tempo fez bem. depois de assistir o comercial abaixo, clica aqui, para ver o filme da campanha gota d'agua que estreou ontem. a maitê ganhou uma cena de destaque (a polêmica cena do sutiã). de alguma forma, essas duas maitês, a da agroceres e a da gota d'agua, sintetizam o que estava em jogo antes da Rio92 ou Eco92 e o que está em jogo agora, perto da Eco92+20 ou Rio+20. Maitê Ruth e Maitê Raquel. Não vejo nenhum problema em gente famosa se unir e pautar pontos-de-vista. Democracia é pra todo mundo, incluindo atores globais. É o efeito Bono Vox. O  que seria mais grave é que a campanha parece ter focos e informações de pé-quebrado, e estaria gerando a mobilização a partir de pontos que não são bem assim. Ao menos é o que diz  essa crítica aqui sobre o movimento gota d'agua.  




via @ligiagirao

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meio ambiente de uma tese sobre consumo 'verde'.

* my green thesis' environment. 
PS - this is a typical drink from southern brazil. it was a friend's gift. the book where it is on was a friend's gift as well.



* cuia de chimarrão presente do saulo. *
* livro do ray c. anderson (falei disso outro dia aqui) presente do mi. *
#amei


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16 de novembro de 2011

[legendado] * home. o mundo é a nossa casa. * {produção} luc besson+denis carot. {direção} yann arthus-bertrand.



* clica na imagem para a parte I *
* depois, vai para o YouTube e assiste as demais partes *


- Dirigido por: 
Yann ARTHUS-BERTRAND
- Produzido por:
EUROPACORP (Luc BESSON), ELZEVIR FILMS (Denis CAROT)

- HOME official website http://www.homethemovie.org/


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evolution?


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useless good idea.
























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brasília. um desafio chamado 'lixo'.


- apenas 35% do lixo da região central de Brasília é separado (coleta seletiva). o restante é despejado em aterros, como o lixão da estrutural.
- a produção de lixo cresce 6 X mais que a população.
- cada brasiliense joga fora, em média, 2,4kg de resíduos/ dia.
- diagnóstico de manejo de resíduos sólidos urbanos do SNIS, Ministério das Cidades (2007): DF, maior produtor de resíduos sólidos do país. a quantidade de lixo per capita chegou a 616kg.
- (2011) brasília ficou em 2o lugar nesse triste ranking com 1,624 Kg de lixo per capita. rio de janeiro foi o que mais produziu lixo, com 1,861 Kg/pessoa. a média nacional é 1,251 Kg lixo/pessoa.
- (2010) resíduos sólidos urbanos. região centro-oeste destina 71% do lixo produzido para os lixões. pior índice do país.
- são paulo produz 55 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos/dia. rio de janeiro produz 20 mil toneladas/dia de lixo.
- o consumo elevado e o alto poder aquisitivo da população são os principais responsáveis pelo aumento na produção de resíduos no DF.
- quase 2 mil toneladas de resíduos sólidos coletadas pelos caminhões do SLU, todos os dias, em todas as regiões administrativas.
- cada morador da capital produziu, em média,2,4quilos de lixo/ dia em 2008. cerca de 876kg de resíduos/pessoa, quase 1tonelada jogados na lixeira/ano.
- em 2008, foram recolhidas 699 mil toneladas desses materiais descartados. 34 milhões Kg a mais que o ano anterior, em 2007.
- proporcionalmente ao número de habitantes, brasília tem o maior orçamento da américa latina. mas ainda não tem um aterro sanitário.
- a capital, porém, pretende ser uma das primeiras a cumprir as determinações da Lei dos Resíduos Sólidos (PNRS) e a dispensar o lixão.
- o aterro sanitário que substituirá o lixão ficará próximo à Estação de Tratamento de Esgoto de Samambaia. a área já tem licenciamento ambiental. o governo estima investir R$ 40 milhões para a construção.
- também deverão ser construídas outras quatro usinas de tratamento de resíduos (hoje existem 2, na avenida L4-Sul e outra no setor P-Sul, na cidade-satélite de Ceilândia, a mais populosa do DF), 12 unidades de triagem em parceria com as cooperativas de catadores, além de 100 ecopontos, para entulhos de pequenos geradores, e um pólo de reciclagem.
- o atual lixão deverá passar por um processo de despoluição, já que não haverá mais o aterramento de lixo. esse processo deverá demorar de 10 a 15 anos, pois a área contém gases acumulados ao longo do tempo pelo processo de decomposição do lixo. será criado um pólo de reciclagem na região, para aproveitar a mão de obra dos catadores no local.

* correções/ sugestões sobre esse números, 
por favor, faça as suas idéias rodarem por aqui *





Fontes:









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10 de novembro de 2011

the clash. lost in the supermarket. *perdido no supermercado*

*agora é essa a música que toca dentro da cabeça na pesquisa de campo. 
tô seriamente pensando em gravar um CD 'top ten tese'. 

* no music, no life. this song plays inside my head 
when I do my field research. I might burn a CD: 'top 10 thesis'. *




english [português]

"lost in the supermarket" is a 1979 song by The Clash. written by Joe Strummer and Mick Jones and produced by Guy Stevens, it is credited to the Strummer/Jones songwriting partnership. it was released on their third studio album London Calling. It is the eighth song on the track listing. [ "perdido no supermercado" é uma música de 1979 do The Clash, escrita por Joe Strummer e Mick Jones e produzida por Guy Stevens, creditada à parceria Strummer/ Jones. foi lançada no terceiro álbum de estúdio da banda, "london calling"/londres chamando. é a oitava música.] although it features Mick Jones on lead vocals, the lyrics were written by Joe Strummer. a slower song than many of the others on the album, its lyrics describe someone struggling to deal with an increasingly commercialised world and rampant consumerism. [embora tenha Mick Jones nos vocais, a letra é de Joe Strummer. mais lenta que as outras do disco, a música fala de alguém que não está dando conta da crescente mercantilização do mundo e do consumismo galopante]. the song opens with Strummer's autobiographical memories of his parents' home in suburban Warlingham, with a hedge "over which I never could see." with lines such as "I came in here for that special offer - guaranteed personality", the protagonist bemoans the depersonalisation of the world around him. [ começa com algumas memórias de Strummer da casa de seus pais no subúrbio de Warlingham, onde havia uma cerca 'além da qual eu não podia ver'. em alguns trechos como 'eu vim aqui por causa de uma oferta especial - personalidade garantida', o protagonista lamenta a impessoalização do mundo ao seu redor]. the song speaks of numbers about suburban alienation, the feelings of disillusionment that come through youth in modern society. [a música fala da alienação suburbana, do sentimento de desilusão que toma conta da juventude na sociedade moderna]. in the Making of 'London Calling': The Last Testament DVD, released with the 25th anniversary edition of London Calling in 2004, Strummer said he wrote the lyrics imagining Jones' life growing up in a basement with his mother and grandmother. [no making of do DVD 'london calling: último testamento', lançado nos 25 anos do disco 'london calling' in 2004, Strummer disse que escreveu a letra imaginando a vida de Jones, que cresceu num porão com sua mãe e avó.]

*** *** *** *** *** *** ***

the clash. lost in the supermarket. [perdido no supermercado]
joe strummer / mick jones.

[Eu estou totalmente perdido no supermercado
Eu não consigo mais comprar alegremente
Eu vim aqui por causa de uma oferta especial
Personalidade garantida]
I'm all lost in the supermarket

I can no longer shop happily

I came in here for that special offer

Guaranteed Personality
[Eu não nasci, eu caí
Ninguém parecia reparar em mim
A gente morava numa divisão da casa, no subúrbio
além da qual eu nunca pude ver]
I wasn't born so much as I fell out

Nobody seemed to notice me

We had a hedge back home in the suburbs

Over which I never could see
[Eu ouvi as pessoas que moravam no teto
Gritavam e lutavam assustadoramente
Ouvir aquele barulho foi meu primeiro sentimento
É assim que tem sido ao meu redor]
I heard the people who lived on the ceiling

Scream and fight most scarily

Hearing that noise was my first ever feeling

That's how it's been all around me
[Eu estou totalmente perdido no supermercado
Eu não consigo mais comprar alegremente
Eu vim aqui por causa de uma oferta especial
Personalidade garantida]
I'm all lost in the supermarket

I can no longer shop happily

I came in here for that special offer

Guaranteed Personality
[Eu estou sintonizado, vejo todos os programas
Guardo os cupons das caixas de chá
Eu já tenho minha super coleção de discoteca
Eu esvaziei a garrafa e me sinto um pouco livre]
I'm all tuned in, I see all the programs

I save coupons from packets of tea

I've got my giant hit discotheque album

I empty a bottle and I feel a bit free
[As crianças nos corredores e os canos nas paredes
Fazem o barulho que é minha companhia
Telefonistas de longa distância fazem ligações de longa distância
E o silêncio me faz solitário]
The kids in the halls and the pipes in the walls

Make me noises for company

Long distance callers make long distance calls

And the silence makes me lonely
[Eu estou totalmente perdido no supermercado
Eu não consigo mais comprar alegremente
Eu vim aqui por causa de uma oferta especial
Personalidade garantida]
I'm all lost in the supermarket

I can no longer shop happily

I came in here for that special offer

Guaranteed Personality
[E isto não está aqui
Isto desapareceu]
And it's not here
It disappeared
[Eu estou totalmente perdido no supermercado
Eu não consigo mais comprar alegremente
Eu vim aqui por causa de uma oferta especial
Personalidade garantida]
I'm all lost in the supermarket

I can no longer shop happily

I came in here for that special offer

Guaranteed Personality
[Estou totalmente perdido
Eu estou totalmente perdido no supermercado
Eu não consigo mais comprar alegremente
Eu vim aqui por causa de uma oferta especial
Personalidade garantida]
I'm all lost
I'm all lost in the supermarket

I can no longer shop happily

I came in here for that special offer

Guaranteed Personality

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