14 de junho de 2011

Mudança climática deve sair do currículo escolar da Inglaterra.


O conselheiro responsável pela revisão do currículo nacional das escolas da Inglaterra, Tim Oates, defende que a mudança climática não deve ser conteúdo obrigatório. Para o revisor, cada escola deveria decidir se temas como o aquecimento global serão ensinados ou não nas aulas de ciência. Ao jornal britânico The Guardian, Oates disse que a medida não seria um retrocesso, apenas uma maneira de focar o ensino em questões essenciais da ciência.
A decisão reduziria consideravelmente o atual currículo britânico e representaria uma mudança de rumo no ensino daquele país. Desde 2007, os professores ingleses têm sob sua responsabilidade o ensino de “compreensão cultural da ciência” e “aplicações e implicações da ciência”. Mesmo antes disso, desde 1995, o aquecimento global já era ensinado a jovens de 11 a 14 anos de idade.
Polêmica – O objetivo do conselheiro é deixar de fora do currículo escolar questões que ainda suscitam polêmica. Ao reduzir o currículo ao “centro da ciência”, as escolas britânicas poderiam não mencionar fenômenos como o aquecimento global, que apesar de ser amplamente aceito no mundo científico, ainda é questionado por alguns grupos de estudiosos.
O diretor de políticas e comunicação do Instituto Grantham de Pesquisa das Mudanças Climáticas e Meio Ambiente da Escola de Economia de Londres, Bob Ward, se manifestou contra a proposta de Oates pois ela permitiria que um professor decida o conteúdo das aulas baseando-se apenas em suas crenças pessoais. “Seria como um professor criacionista não ensinar sobre a evolução”, afirmou. Ele ainda disse que muitos políticos não gostam do conceito das mudanças climáticas, e espera que a proposta de Oates não seja pautada por interesses governamentais.
Outras mudanças – Oates também propõe novas abordagens no ramo da matemática. Segundo o conselheiro, crianças de oito anos já poderiam ter aulas de pré-álgebra, para que aos 11, já possam resolver equações simples. Isso alinharia as políticas britânicas às de alguns países asiáticos, onde a matemática é mais valorizada.
A revisão curricular da Inglaterra começou em janeiro e contemplará 12 áreas de conhecimento, incluindo matemática, língua inglesa, ciência e artes. O objetivo do estudo é definir quais disciplinas serão obrigatórias e a que idade elas devem ser ensinadas. Ao assumir o cargo de conselheiro responsável pela análise, Oates afirmou que o currículo era longo demais e repleto de material irrelevante que “são maravilhosos em discursos políticos, mas não contribuem em nada para aprofundar o conhecimentos dos alunos”. A revisão deve terminar ainda esse ano.


(Fonte: Portal Terra)


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