30 de junho de 2011

fernand braudel.

o jogo das trocas.
civilização material, economia e capitalismo.
séculos XV-XVIII. volume 2. [ 1979 original francês ] [ 1996 português]

As sociedades atuais, seja qual for seu sistema político, não são muito mais igualitárias do que as de outrora. Pelo menos, o privilégio asperamente contestado perdeu um pouco da sua ingênua boa consciência. No passado, pelo contrário, nas sociedades de ordens, conservar a posição era uma forma de dignidade, uma espécie de virtude. Só era ridículo e condenável aquele que arvorava sinais de uma posição social que não lhe pertencesse. Vejamos o que propõe um inventor de projetos dos primeiros anos do século XVIII contra os malefícios de mudança de classe e do luxo, dissipador de poupança: que o rei da França conceda aos príncipes, aos duques, às pessoas com títulos e às suas esposas um cordão azul "como os usados pelos comendadores de Malta e de São Lázaro"; aos outros nobres, um cordão vermelho; que todos os oficiais, sargentos e soldados andem sempre fardados; que para os criados, inclusive camareiros e mordomos, seja obrigatória a libré "sem que possam entrar nas abas de chapéus nem galões, sem nenhum ouro ou prata". (...)

(...) Diz um texto italiano de 1776: "uma parte da humanidade é maltratada até a morte para que a outra se empanturre até rebentar".  

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