13 de abril de 2011

materiais alternativos diminuem impacto das embalagens.


REINVENÇÃO


Tóxicas e quase sempre impossíveis de se decompor na natureza, as embalagens já foram as vilãs da ecologia, mas estão sendo redimidas por novos materiais


Jeanne Callegari
Vida Simples - 12/2011
Quem fica com consciência pesada ao pegar uma sacolinha de
plástico no supermercado já sabe: embalagens são um dos grandes
vilões da sustentabilidade hoje. Se feitas de plástico, representam um material que demorará mais de 400 anos para se degradar no ambiente, se não reciclada.
Outro material, o isopor, demora apenas oito anos, porém sua reciclagem é cara e dispendiosa. Em vez de tentar reduzir o tamanho das embalagens para
diminuir seu impacto na natureza, algumas empresas estão partindo
para uma abordagem diferente: usar materiais feitos a partir de
matérias-primas biológicas, que possam ser decompostas
na natureza, para fabricar de sacolas, caixas e outros itens
de proteção a objetos.

Um exemplo são os bioplásticos. Feitos em geral de
sobras da agricultura, como fécula de mandioca, batata,
milho ou cana-de-açúcar, esses biopolímeros têm características
similares aos plásticos comuns, mas podem ser jogados na natureza,
onde irão se decompor e até ajudar a tornar o ambiente mais fértil,
pois, como são feitos de material orgânico, servem como adubo
para as plantas.
"Três princípios devem governar a criação de materiais melhores.
Em primeiro, eles devem poder ser criados em todos os lugares do planeta.

Segundo, eles devem requerer bem menos energia que os
atuais para ser produzidos. Terceiro, eles devem poder ser descartados
 pelo maravilhoso sistema de reciclagem open-source que
 é a natureza",
 disse, em uma palestra da conferência californiana TED,
feita para divulgar ideias inovadoras, Eben Bayer, criador da Ecovative,
empresa que usa o micélio dos cogumelos no lugar do plástico

FUNGO
A empresa Ecovative usa o micélio, parte do cogumelo responsável pela sustentação e absorção de nutrientes, como cola para os resíduos de agricultura, que formarão um material forte e resistente, que substitui o isopor

MILHO
Junto com a USP, a Biomater, de São Carlos (SP), desenvolve
embalagens a partir de resíduos do milho

BATATA
A batata também é usada pela Biomater e por outras empresas
como a Cereplast, para fazer sacolas etc.

MANDIOCA
A fécula de mandioca é usada pela brasileira CBPAK na
fabricação de pratinhos de isopor para colocar
alimentos

ALGA
Mas a aposta da americana Cereplast está nos bioplásticos a
partir de algas, ainda em desenvolvimento

Etapa 1 - Matéria-prima: Resíduos descartados pela
agricultura servem como matéria-prima. De preferência,
 são produtos da região. Na Espanha, sementes de soja;
na China, rebarbas de algodão

Etapa 2 - Preenchimento: Agora é hora de colocar a
matéria-prima triturada e misturada com o micélio em
um molde com o formato do produto final. Exemplo:
o molde dos protetores de quina para embalagens


Etapa 3 - Crescimento: O micélio vai crescer e dar a
"liga" entre os resíduos biológicos que servem como
matéria-prima. É aqui que a mágica acontece, pois o
fungo é que está fazendo o trabalho


Etapa 4 - Produto: Aqui temos o produto final,
como um berço para embalagens que substitui o
isopor ou um bloco para construção.
O produto de micélio é adequado para embalar
coisas pesadas, como TVs

Etapa 5 - Descarte: Depois de usado,
o objeto de micélio é facilmente descartado.
Pode ser colocado no jardim como adubo,
usado em composteira ou mesmo descartado
no lixo, pois se decompõe rapidamente.



   

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