22 de abril de 2011

clipping. ambiente brasil.


Planos setoriais implementam ações relacionadas ao clima

O Brasil começa a colher os resultados das operações realizadas para o combate ao desmatamento na Amazônia – o que significa a redução das emissões de gases de efeito estufa e, consequentemente, o cumprimento das determinações da Política Nacional de Mudanças Climáticas (Lei 12.187). Além do controle de danos ambientais na Amazônia, a legislação prevê planos para 11 setores que se relacionam à infraestrutura do País.
O Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento da Amazônia Legal (PPCDAm) iniciou em 2004, mas ganhou ênfase quando a Política Nacional de Mudanças Climáticas foi publicada em 2009. “Agora temos mais força nas ações”, observa o coordenador do plano, Mauro Pires, do MMA.
Ter mais força, segundo ele, significa, por exemplo, que “como lei, agora a meta de redução dos desmatamentos não é só compromisso do governo federal”. Assim, o MMA está trabalhando para o que os estados assumam suas responsabilidades e implementem os próprios PPCDAms. Pará, Mato Grosso, Tocantins, Rondônia, Amazonas, Amapá e Acre já finalizaram seus textos.
Os resultados das operações de combate ao desmatamento se veem na prática. Embora o País ainda não tenha alcançado as suas metas, já tem motivos para comemorar resultados positivos. Neste mês de abril, por exemplo, Querência (MT) deixou a lista dos 43 municípios do Arco do Desmatamento, depois de conseguir realizar o Cadastro Ambiental Rural em pelo menos 80% de seu território. Paragominas (PA) foi o primeiro a sair da lista, no ano passado.
Em Querência, isso significou que a média de desmatamentos caiu 60% nos últimos dois anos, em relação à média de 2005 a 2008. Fazer parte do Arco do Desmatamento, significa que os produtores estão em situação irregular em relação a questões ambientais, e isso se reflete em restrições ao crédito e em imagem comercial denegrida.
Perspectivas – “Partimos agora para sete novos planos setoriais. Aprendemos muito com os cinco primeiros, e a metodologia adquirida servirá para a conclusão de todos até dezembro”, afirmou, nessa segunda-feira (18/4), o secretário nacional de Mudanças Climáticas, Eduardo Assad, na reunião do grupo executivo (GEX) coordenado pelo MMA e integrado por mais seis ministérios e pelo Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas.
A experiência obtida na formulação dos planos setoriais servirão para a revisão do Plano Nacional de Mudanças Climáticas, que deve ser revisto a cada dois anos. Já estão prontos os planos de ação para a prevenção de desmatamento da Amazônia e também para a prevenção do desmatamento e das queimadas no Cerrado, além do plano decenal de expansão de energia.
Estão em fase de finalização o plano para a consolidação de uma economia de baixa emissão de carbono na agricultura, e o plano para redução de emissões na siderurgia. Por determinação do Decreto 7390, de 2010, todos os planos setoriais devem estar prontos até 15 de dezembro deste ano.
O secretário Assad anunciou que começam agora as definições necessárias para das início dos planos setoriais que se referem ao transporte (cargas e passageiros), indústria (transformação e bens de consumo duráveis), indústria química, mineração, construção civil, serviços de saúde e indústria de papel e celulose.
“A reunião do GEX definiu como serão os trabalhos neste ano e como se dará o andamento da revisão do Plano Nacional de Mudanças Climáticas”, observa Karen Silverwood-Cope, gerente de Projetos, da Coordenação de Mudanças Climáticas e Sustentabilidade, do MMA.
Karen Silverwood-Cope informa que dois temas relevantes devem entrar na pauta de discussões do grupo executivo: aquicultura e pesca e também orientações para o País sobre a política de governo para adaptação às mudanças climáticas.
Grupo Executivo – Na última reunião do GEX, o Ministério da Pesca e da Fazenda mandaram representantes, para explicitar a disposição de integrar o grupo.
Os ministérios que atualmente o integram são MMA, Casa Civil, Agricultura, Ciência e Tecnologia, Relações Exteriores, Minas e Energia, do Desenvolvimento Agrário, Desenvolvimento, Indústria e Comércio e o Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas. (Fonte: Cristina Ávila/ MMA)

Buraco da camada de ozônio altera padrão de chuva nos trópicos

As alterações no padrão das chuvas do Hemisfério Sul estão tão relacionadas com o buraco da camada de ozônio, localizado em cima da Antártida, como com o aumento dos gases causadores do efeito estufa. É o que afirma estudo da Universidade de Columbia, em Nova York, o primeiro a mostrar os impactos do buraco na camada de ozônio sobre as mudanças climáticas em regiões próximas à linha do Equador.
De acordo com o estudo publicado na edição desta semana do periódico científico Science, a destruição da camada de ozônio, que fica entre 15 e 30 quilômetros acima da superfície terrestre, induz o resfriamento na atmosfera da Antártida. Sara Kang, autora do estudo, explica que o resfriamento do Polo Sul altera a circulação atmosférica tanto em regiões subtropicais quanto naquelas próximas ao polo. Como consequência a circulação próxima ao Equador também é deslocada para o sul, induzindo mudanças na distribuição das chuvas.
“Sendo mais específica, há um movimento descendente no subtrópico, que é responsável pelas secas nas regiões mais áridas do subtrópico. Como toda a circulação de latitude média e alta se desloca ainda mais para o sul, a região subtropical se torna menos úmida. É como um efeito dominó”, disse ao iG.
No entanto, Sara se recusa a afirmar que a descoberta explicaria as grandes chuvas na região serrana do Rio, a recente seca na Amazônia ou ainda as inundações na Austrália. Para a pesquisadora, seria necessário estudar com maior profundidade cada caso. “Sou relutante em fazer considerações específicas sobre eventos regionais que não seja a tendência clara de maior umidade que vi sobre o leste da Austrália”, disse.
Os autores apontam que acordos internacionais para a mitigação das mudanças climáticas não podem se limitar apenas a redução das emissões de gases causadores do efeito estufa, como dióxido de carbono, metano e óxido nitroso. “Esta poderia ser uma verdadeira mudança de jogo”, disse o também autor do estudo, Lorenzo Polvani.
Duas questões diferentes – O efeito estufa é provocado pela alta concentração de gases como o dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O) – que são provenientes da indústria, automóveis e da queimada de florestas. A Terra absorve a energia do Sol, e também irradia esta energia de volta para o espaço. No entanto, grande parte desta energia que vai para o espaço é absorvida por partículas destes gases e ocorre o chamado aquecimento global, o aumento das temperaturas atmosféricas e oceânicas da Terra.
Outra questão diferente que preocupa cientistas há alguns anos é o buraco na camada de ozônio. A camada funciona como um bloqueio de parte dos raios ultravioleta do Sol. Desta forma, ela evita efeitos nocivos a saúde como câncer de pele e catarata, por exemplo.
Nos últimos 50 anos, o uso generalizado de compostos sintéticos, principalmente domésticos e comerciais aerossóis que contenham clorofluorocarbonos (CFCs), de forma significativa diminuíram a camada de ozônio, a um ponto em 1980 cientistas descobrirem a formação de um buraco na camada sobre a Antártida.Em 1989, países se comprometeram a reduzir a emissão de CFC e o resultou na redução do buraco e acredita-se que até o fim do século ela seja totalmente recuperada.
Polvani afirma que mesmo que o problema seja considerado quase sanado é preciso investigá-lo. “Embora o buraco de ozônio tenha sido considerado como um problema resolvido, estamos agora percebendo que ele causou grande parte da mudança climáticas”, disse.
Para ele, mesmo que os CFCs não sejam mais adicionados à atmosfera, e acamada de ozônio se recupere é preciso considerar que o fechamento do buraco de ozônio vai ter também impactos consideráveis sobre o clima.(Fonte: Portal iG)


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