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amo batata-frita. amava refri. outro dia, tomei guaraná, comendo pizza na casa de amigos. tinha esquecido como era gostoso. não conseguia ver uma barra de chocolate. ainda acho uma delícia aqueles com muito cacau, tipo 70% ou mais.
e algo que agora soa inacreditável: eu era uma mc donalds girl e, o que é pior, para pegar os brindes. eu convencia quem estivesse comigo a comer mc donalds só pra me dar o brinde do mc lanche feliz, pode? o auge da ironia é que trabalhei um tempão fazendo campanha publicitária para programas sociais de combate à fome e educação alimentar. quantas vezes fiz esse trabalho deixando de almoçar ou ficando até tardão, com fome, pq todas as lanchonetes já estavam fechadas? ou jogando pra dentro um sanduíche qualquer?
até que um dia, em função de um conjunto de fatores, pensei: o que eu tô fazendo comigo? não tinha a ver com a balança. sou vaidosa. mas não deu esse clic por causa de peso. um dia, apenas imaginei o que eu estava colocando pra dentro do corpo. e foi uma imagem mais ou menos parecida com essa aí acima que veio na minha cabeça. affff.
vi essa imagem aí numa reportagem ontem. e resolvi postar aqui pra falar um pouco desse passado bem recente. quem sabe pode ajudar a dar um clic em alguém. não sou ninguém pra ensinar nada, mas foi a partir de muitos papos como esse que a minha ficha foi caindo e hoje dou razão pra quem tanto criticou o meu estilo de alimentação. obviamente, isso inclui a minha mãe. heehhehe
é incrível como a rotina, o stress e a pressa do cotidiano no trabalho, o cansaço... fazem a gente esquecer que o corpo precisa de cuidado por dentro também. e olha que eu nunca fumei. óbvio, não tem a menor chance de eu virar uma daquelas pessoas que neurotizam por causa do cuidado com a alimentação. aliás, nem quero isso pra mim. já tem gente neurótica demais por aí. o universo não precisa de mais uma. mas posso dizer que ganho mais energia e saúde quanto mais me importo com o que como. quanto mais me importo comigo por dentro.
saúde é fundamental. lugar-comum, eu sei. mas é. em todos os sentidos. do corpo, da alma, dos sentimentos, das atitudes com a gente e com o que e com quem nos rodeia. isso inclui selecionar melhor o que e quem merece a nossa atenção.
se detonar de vez em quando é até psicologicamente recomendável nesse planeta doido. váluva de escape. não abro mão. Ok. só que... precisa ser sempre? direto? sem pensar um pouquinho que seja no que vai acontecer dentro de você? a gente não sabe dos destinos. não sabe se não vai ter que enfrentar, sei lá, uma barra de saúde. mesmo numa situação grave, se a gente cuida da alimentação (e da atividade física, óbvio), tem mais condições de enfrentar o que der e vier.
e pra que esperar uma situação difícil pra se cuidar? é como juntar dinheiro para gastar numa tragédia e nunca usar essa grana pra fazer uma viagem bacana. não é por aí. sem extremos.
cuidar da alimentação é privilégio de quem pode pagar por isso, sim. no entanto, as pesquisas mostram também que quanto menos expostas aos valores do consumismo as pessoas são, menos elas compram porcaria. é quando o dinheiro sobra um poquinho que lá vem a detonation-tion, a detonation-tion. ou quando o emocional tá baqueado. nem tanto ao mar, nem tanto à terra.
ainda falta muito pra que essa nova condição na minha vida se estabilize. mas vamo que vamo.
conheci pessoas muito, muito pobres que cuidavam da alimentação e outras que não estavam nem aí. e pessoas com muita grana que também cuidavam e outras que não estavam nem aí. então, grana é uma parte da questão, uma parte importante, mas não é a questão toda.
uma das minhas maiores dificuldades ainda é tomar água (se deixar, só bebo a água do chimarrão) e comer direito durante o dia. eu esqueço de comer mais vezes ou pego o que estiver à mão. então, uma auto-armadilha é não ter à mão porcarias tipo biscoito recheado. preciso de umas 6 horas de sono e tendo a dormir muito tarde, então, geralmente, a fome nunca bate com os horários em que deveria: a fome chega no final do dia e no final da manhã. tem como ajustar? tem. e já consegui ajustar muito.
a droga é que você, no mundo em que a gente vive, já não pode colocar a mão no fogo por alimento nenhum. tipo: pra ter certeza mesmo se um alimento é orgânico só fazendo teste de laboratório né?
a campanha permanente contra o agrotóxico do MST fala um pouco disso e um novo material da campanha, o vídeo O Veneno está na mesa, dirigido por silvio tendler, mostra situações que fazem pensar. não sei direito como lidar com isso, que é um dos muitos dramas do nosso tempo, em que ninguém produz o próprio alimento e depende, geralmente, do supermercado para ter o que comer.
uma parte dessa minha reação tem a ver com o fato de estar mais próxima, nos últimos anos, por causa da pesquisa do doutorado, com o tema consumo e questões ambientais. é absurdo o quanto a economia se movimenta no mundo às custas do silencioso e cruel assassinato da nossa saúde. sei lá viu?
só sei que não quero esse estômago aí da imagem pra mim, e nem pra ninguém. então, se ler esse post te ajudar a pensar um pouquinho no modo como você está se alimentando (vivendo), já vou ficar feliz. saúde é mesmo o que interessa. e o resto, não pode ter tanta pressa assim, a ponto de tirar da gente aquilo que a gente tem de mais importante: a vida.
aquele famoso filme, Super Size Me, é uma boa dica pra pensar nisso.
a questão não é que você vai morrer por que tá chutando o balde com o que come. o que pega é que você vai viver pior, mesmo que só saiba disso quando pegar um exame em que as suas taxas estiverem uma bagunça... precisa? precisa mesmo disso? recentemente, tenho tentado, todos os dias, que a minha resposta, se estiver ao meu alcance escolher, seja 'não, não precisa ser assim'. às vezes não dá certo, mas muitas vezes dá certo. e cada vez que dá certo, já é uma vitória contra esse estômago feioso. beleza interior também é isso.
Oi Obrigado, me envie a entrevista, abraço.
ResponderExcluirmarcio.dupont at gmail.com
SOMOS privilégiados.
ResponderExcluirPra vc ver flor, como é a vida. Enquanto a gente discute aqui as escolhas alimentares mais saudáveis, sobre o que colocar no prato. Têm pessoas neste momento que não tem nem 'o que escolher', gente morrendo de fome na África. Sempre ela, o berço da humanidade, a renegada África. Esta vivendo situações desumanas, um dos motivos da escassez de alimentos é que a Somália vem passando pela pior seca das últimas décadas.
Hoje, pela manhã, vindo para o trabalho ouvi no rádio que a ONU já declarou situação de emergência. A fome que está assolando a Somália e poderá atingir 750 mil pessoas e outras regiões do país nos próximos meses.
"De acordo com a ONU, estima-se que desde que a crise alimentar teve início na Somália, cerca de de 3,7 milhões de pessoas - o que representa aproximadamente 53% da população - não tem sido capaz de cumprir as suas necessidades alimentares.
Mais de 12 milhões de pessoas na região conhecida como Chifre da Africa, que abrange além da Somália, o Quênia, a Etiópia, o Djibouti e Uganda, estão sendo atingidas pela pior seca em 60 anos e enfrentam grave crise alimentar.
Os mais afetados têm sido os somalis, que além da seca enfrentam ainda uma guerra civil." Fonte: BBC Brasil.
Toda essa situação de calamidade nos leva a tantas reflexões, além dessa 'do que por no prato', tem a seca - mudanças climáticas, tem o consumo sustentável, tem a globalização, e as ajudas humanitárias, quem pode socorrer essa gente!?
É muito triste né! =(
bj, Rosângela.
super concordo, rosângela. muito. mais um motivo pra cuidar bem da gente: ficar bem, informado, saudável e forte e agir, fazendo algo. trabalhei 5 anos na promoção do direito à alimentação. infelizmente, apesar da força da ajuda de cada um, decisões de Estado é que fazem a diferença. felizmente, o Brasil, apesar de muitos problemas, tem uma política alimentar de investir no pequeno produtor e na economia solidária. a sua atenção ao tema já é alguma coisa. muita gente come sem nem pensar nisso...
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