oi. os links que estão no final deste post mostram supermercados pelo mundo. são vídeos que pessoas que eu não conheço postaram no youtube. impossível não ver essas imagens e não pensar em marc augé, um etnólogo francês que propôs a noção de não-lugar. ele escreveu um livro que tem esse título, mas a idéia aparece em diversas reflexões.
“Os não-lugares são a medida da época; a medida quantificável e que se pode tomar adicionando, ao preço de algumas conversões entre superfície, volume e distância, as vias aéreas, ferroviárias, das auto-estradas e os habitáculos móveis ditos ‘meios de transporte’ (aviões, comboios, autocarros), os aeroportos, as gares e as estações aeroespaciais, as grandes cadeias de hotéis, os parques de recreio, as grandes superfícies da distribuição”
“a distinção entre lugares e não-lugares passa pela oposição do lugar ao espaço”.
“O não-lugar é o contrário da utopia: existe e não alberga sociedade orgânica alguma. E que de dia para dia, acolhe cada vez mais pessoas”
“Os não-lugares são a medida da época; a medida quantificável e que se pode tomar adicionando, ao preço de algumas conversões entre superfície, volume e distância, as vias aéreas, ferroviárias, das auto-estradas e os habitáculos móveis ditos ‘meios de transporte’ (aviões, comboios, autocarros), os aeroportos, as gares e as estações aeroespaciais, as grandes cadeias de hotéis, os parques de recreio, as grandes superfícies da distribuição”
“a distinção entre lugares e não-lugares passa pela oposição do lugar ao espaço”.
“O não-lugar é o contrário da utopia: existe e não alberga sociedade orgânica alguma. E que de dia para dia, acolhe cada vez mais pessoas”
e aqui tem link para o livro do marc augé em inglês.
a noção de não-lugar foi proposta por marc augé em meados dos anos 90, para responder a uma noção antropológica consolidada, a noção dos lugares antropológicos, que enfatiza uma vinculação entre o espaço e o social ( lugares identitários, históricos, relacionais).
na crítica feita por augé, esses lugares antropológicos teriam se perdido na modernidade em função do excesso de tempo, de espaço e da figura do indivíduo, efeitos do que ele chama de sobremodernidade.
esse artigo comenta o conceito de não-lugar.
e nesse fórum tem um debate bem legal sobre essa idéia.
esse artigo comenta o conceito de não-lugar.
e nesse fórum tem um debate bem legal sobre essa idéia.
a sociedade de consumidores tem tudo a ver com o conceito do autor. e ainda mais os supermercados.
um grande supermercado tem produtos de todos os lugares do mundo, conteúdo e invólucro nem sempre fabricados na mesma origem, pastiches de objetos que aludem a uma cultura e realidade muito distantes dali, marcas globais ao lado de produtos regionais, folclorização de referências culturais... é sempre dia dentro dos supermercados, muitos sóis com uma luz invariável estrategicamente planejada, para valorizar a cor, a aparência, a fotografia dos objetos que são oferecidos como mercadorias. de acordo com o tipo de produto e o setor em que ele se encontra, se repetem cores, formas, que, didaticamente, guiam os indivíduos que se deslocam com seus carrinhos.
embora tenham estruturas físicas, arquitetura, endereço, os supermercados estariam, nessa perspectiva, situados em não-lugares. o que contaria mesmo para caracterizar um grande supermercado são as relações que as pessoas estabelecem nesse espaço - entre elas e entre elas e os objetos - e o fato de qualquer gesto nesse espaço ter como objetivo tornar cada vez mais rápida a movimentação da sociedade e a satisfação das necessidades. tudo isso seriam índices não mais de uma modernidade, mas do que o autor chama de sobremodernidade.
o supermercado seria um espaço-símbolo - assim como os aeroportos - dessa sobremodernidade, em que os indivíduos só seriam, de fato, identificados pela sua singularidade na entrada e na saída. fora desses dois momentos, todos seriam igualmente solitários, um tomado pelo outro.
no entanto, embora seja um não-lugar, o supermercado poderia se tornar um lugar, na medida em que surgirem relações que ancorem aquele espaço (algo que seria diferente de espaço público). se o debate público poderia ocorrer a partir de formas diversas, não necessariamente empíricas (televisão, por exemplo), os lugares de público, como fala augé, pressuporiam uma forte presença física.
é um debate que dá muito pano pra manga,
pois há muitas críticas para o que ele propõe.
nesse artigo tem um exemplo de crítica.
é um debate que dá muito pano pra manga,
pois há muitas críticas para o que ele propõe.
nesse artigo tem um exemplo de crítica.
bom, esse post foi um exercício. dá uma olhada nos links do texto
e nos vídeos abaixo, tendo o conceito de não-lugar como referência.
identifiquei o país onde as cenas foram gravadas no link.
será que os supermercados seriam mesmo não-lugares?
será que os supermercados seriam, como na música dos titãs,
de nenhum lugar/ de lugar nenhum/ são de lugar nenhum ?
e nos vídeos abaixo, tendo o conceito de não-lugar como referência.
identifiquei o país onde as cenas foram gravadas no link.
será que os supermercados seriam mesmo não-lugares?
será que os supermercados seriam, como na música dos titãs,
de nenhum lugar/ de lugar nenhum/ são de lugar nenhum ?
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obrigada pela participação no debate.