8/02/2011 - 10h02 (IPS/Envolverde) link original para o artigo aqui Por Feizal Samath, da IPS |
Colombo, Sri Lanka, 28/2/2011 – Os Objetivos de Consumo para o Milênio, que vão desde reduzir as horas de trabalho até aumentar o uso de bicicletas e caminhar mais, usar roupas de segunda mão e consumir menos carnes e lácteos, ganham terreno nos debates via Internet. Estas recomendações tomam como modelo os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, definidos em 2000 pela Assembleia Geral de Organização das Nações Unidas (ONU), que incluem, entre outras coisas, reduzir pela metade, em relação a 1990, a proporção de pessoas que sofrem pobreza e fome, até 2015.
Mohan Munasinghe, do Sri Lanka, especialista em desenvolvimento sustentável e mudança climática, propôs os Objetivos de Consumo em uma entrevista que deu à IPS em janeiro, em Colombo. Desde então, sua ideia desatou todo um debate. Alguns querem que essas metas sejam oito, como as do Milênio, e depois sejam apresentadas à ONU, onde podem atrair a atenção e o compromisso dos Estados-membros. Outros preferem fixar objetivos pessoais para ajudar a reduzir os hábitos que prejudicam o meio ambiente.
Erik Assadourian, diretor do projeto sobre Culturas em Transformação e pesquisador do Worldwatch Institute, listou cinco sugestões para os Objetivos de Consumo. Primeiro, reduzir pela metade a obesidade e o sobrepeso até 2020, para reduzir a mortalidade, a morbidade e os custos econômicos, bem como as pressões ecológicos causadas pelo excessivo consumo de alimentos. Segundo, reduzir pela metade a semana de trabalho, para distribuir melhor os empregos e a riqueza, promover um estilo de vida mais saudável e diminuir a atividade econômica. Terceiro, cobrar impostos dos mais ricos da sociedade. Quarto, duplicar o uso de meios de transporte não motorizados, como as bicicletas. Quinto, garantir a atenção à saúde para todos.
“Ajudem-me a acrescentar outros três objetivos a essa lista para chegarmos a oito, e então poderemos apresentar a ideia na ONU”, escreveu Erik. “Afinal, se nos países industrializados podem ser fixados objetivos para quem vive nos países em desenvolvimento, a ONU deveria mostrar a mesma preocupação em relação aos que vivem mal nos países ricos”, acrescentou.
Matthew McDermott, do site www.treehugger.com, dedicado a temas de sustentabilidade, sugeriu duplicar a quantidade de alimentos produzidos organicamente, o que reduziria o uso de combustíveis fósseis, fertilizantes químicos e pesticidas, além de permitir menor uso de eletricidade em casa. “Se sua eletricidade procede de combustíveis fósseis, isto reduzirá a contaminação, as emissões de gases-estufa e, indiretamente, aumentará a independência energética. Se sua eletricidade é gerada a partir de fontes renováveis, isto reduzirá a quantidade de energia e de terra necessária para as fazendas eólicas, usinas solares, hidroeletricidade e biocombustíveis”, escreveu.
Em um e-mail publicado no site de Munasinghe, Philip Vergragt propôs reduzir em 25% o espaço que cada pessoa utiliza para viver. Também sugeriu que se cozinhe mais em casa, com ingredientes frescos e, dentro do possível, adquiri-los no próprio lugar. Outras recomendações incluem diminuir a compra de novos produtos e do lixo, mediante a elaboração de adubo orgânico e reciclagem. Jeremy Williams, um jornalista independente que escreve da Grã-Bretanha, sugeriu em seu site Make Wealth History (fazer com que a riqueza seja história) uma redução nas viagens áreas, acabar com o desperdício de alimentos e criar um sistema bancário estável.
Vários sites e blogs decidiram promover a ideia dos Objetivos de Consumo para os ricos. Em um deles, quem se identificou como Kishor Mistry disse estar seguindo algumas metas pessoais, entre elas, não comprar roupa nem sapatos novos até que os velhos estejam gastos, usar escadas em lugar de elevadores e não trocar de carro enquanto o velho funcionar. Outro, identificado apenas pelas iniciais CH, pediu urgência na mudança dos hábitos alimentares. “Voto pela redução de 90% no consumo da carne e de 70% no de ovos e produtos lácteos. Dessa forma, não importará se o preço da carne aumentar, já que poderemos abolir as fazendas industriais”, acrescentou.
Quanto à redução da semana de trabalho, Thomas Colley disse que isto significará que os indivíduos terão mais tempo para as missões voluntárias, entre outros benefícios. Por sua vez, Munasinghe está fixando seus próprios objetivos. “Plantei uma árvore para reduzir minha pegada de carbono, e também fiz um esforço consciente para reduzir minhas viagens áreas usando mais a videoconferência”, afirmou. Envolverde/IPS
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obrigada pela participação no debate.